Uma das maiores preocupações dos pais em relação à TV é o conteúdo de sua programação. Os programas, para alcançarem uma boa audiência, colocam no ar cenas de verdadeira apelação, com conteúdos violentos ou sensuais muitas vezes complicados para serem vistos por uma criança ou adolescente. Os pais podem e devem fazer uma triagem na programação, decidir o que seus filhos podem assistir ou não e, muito importante, colocar um limite nos horários permitidos para as crianças ficarem na frente da telinha. E, claro, exigir que isso seja cumprido à risca.

Mas experimentem ligar a TV na sessão da tarde… Muitas vezes vemos as mesmas cenas pesadas que passam durante a noite e nem sempre os pais estão perto para tomar uma providência. Até os programas ditos infantis (com exceção dos educacionais) usam e abusam da sensualidade para cativar as crianças, adiantando com isso todo um processo de descoberta sexual que deveria ser feito de forma natural.

Mas então, o que fazer se não podemos controlar completamente a que nossos filhos estão expostos quando estão na frente da telinha, principalmente os mais velhos? Ser pai dá um trabalho danado, não é? Pois é, e até quando estão assistindo TV, as crianças precisam da gente perto… Para amenizarmos um pouco a influência que os filmes e programas de televisão exercem sobre eles, temos que, sempre que possível, assistir juntos e conversar sobre o que estão mostrando (na hora que está passando). Aqui vão algumas dicas:

1) Sem que pareça sermão chato de pai, aproveitar e fazer um comentário aqui e ali quando está se falando de um assunto polêmico (com os adolescentes, é até uma boa oportunidade de saber o que eles pensam sobre assuntos como drogas, gravidez na adolescência, violência, etc.)
2) Explicar certas situações, principalmente para os mais novos (ele podem não entender que uma panelada que o Jerry dá no Tom dói muito, e querer fazer igual com o irmãozinho mais novo…!).
3) Desde pequenos, explicar o que é certo e o que é errado. Ou seja, ir aguçando na molecada o senso crítico para que eles saibam que nem tudo o que passa na TV ou que um apresentador diz, é lei. Tendo esse discernimento, eles mesmos podem julgar o que é correto ou não quando estiverem maiorzinhos.

Dá trabalho, eu sei… Mas vale a pena, podem ter certeza!

*Patricia Jacob é psicóloga clínica formada pela USP-SP.

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