Por Patricia Jacob*
Hoje vamos falar sobre como se comportar quando seu filho, criança ainda ou adolescente, vem lhe contar alguma “arte” que cometeu ou algo condenável no qual se envolveu.

Para dar um exemplo, certa vez uma mãe de um pré-adolescente, veio pedir meu conselho, pois não sabia o que fazer: seu filho veio lhe contar, desesperado, que enquanto estava passeando num rio com os amiguinhos, estes começaram a cheirar cola e ele também cheirou mesmo não querendo, pois não conseguiu dizer não aos colegas. Ela estava preocupadíssima que seu filho iria virar um drogado, achando que ele já estava “perdido” na vida e não sabia o que fazer. Esta mãe, ao contrário, deveria ficar feliz por seu filho não ter lhe omitido essa experiência, e de ter mostrado que confiava nela a ponto de compartilhar algo para ele tão conflitante.

Só que, infelizmente, no desespero em que entrou, ela reagiu de tal forma que pode ter barrado pra sempre essa ponte de comunicação que eles tinham: começou a gritar, xingando o filho de coisas horríveis e acabou batendo nele. Quando o pai chegou, fez a mesma coisa. Vocês acham que se esse menino iria contar algo para os pais novamente depois disso? Com certeza, não!

Numa situação assim, devemos, em primeiro lugar, manter a calma e agradecer nosso filho pela confiança, por ele ter vindo dividir isso conosco. A repreensão e o castigo, se necessário, só vêm depois disso. Digo “se necessário” porque, se ele já veio arrependido, provavelmente já está tendo a consequência natural do ato, já está aprendendo com isso e não precisa de outro castigo, mas sim de ORIENTAÇÃO.

Se ele vem a você angustiado, pai, é porque precisa de seu acolhimentoe de sua orientação. De uma repreensão firme também, para que não repita o que fez. Mas nunca de xingamentos e incompreensão. Isso só vai afastá-lo de você.

*Patricia Jacob é psicóloga clínica formada pela USP-SP.

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