Por Patricia Jacob*
O que é uma boa consequência?  Como já discutimos antes, gritar, humilhar e bater só funcionam temporariamente e a longo prazo criam crianças desafiadoras e agressivas.  A experiência nos mostra que o castigo é normalmente a punição mais eficaz.  Mas precisa ser feito da maneira correta, ou também não terá resultado!

·        Falamos nisso no artigo anterior:  se a criança não faz o que foi pedido, não adianta enraivecer, gritar e xingar.  Você deu a ela uma opção:  fazer o que pediu ou ter a consequência.  Ela optou, então mantenha o controle e dê o castigo prometido.

·        Também não permita que a criança manipule nesse ponto.  O acordo foi feito e terá que ser cumprido.  Se a criança chora, discute, pede “pelo amor de Deus“ ou promete que vai fazer da próxima vez, não escute.  Essa não é hora de ter dó.  Se você amolece nesse momento e permite que a criança escape do castigo, não espere cooperação da próxima vez!  As crianças aprendem rapidamente quando experienciam o resultado de suas escolhas.

·        O castigo deve ser razoável e de bom senso, de acordo com o erro.  Não deve ser tão duro, o que só vai servir para colocar pra fora a raiva do pai e fazer a criança sentir-se injustiçada.  E não deve ser tão leve ao ponto da criança nem se importar com o castigo.

·        A punição não pode ser a mesma para qualquer tipo de “crime“.  Se independente do erro, ela sempre tem a mesma consequência, a  criança não aprende nada sobre responsabilidades e consequências da vida real e cresce sem a habilidade de se auto-disciplinar.

·        É melhor dar um castigo curto que possa ser cumprido até o fim, do que, por exemplo, tirar a TV por um mês e após 10 dias ficar com pena ou achar que foi duro demais e amolecer.  Se der um castigo muito duro e se arrepender, não volte atrás.  Ao contrário, aprenda com a situação e na próxima vez dê uma punição mais razoável.
·        Outro erro:  dar um castigo que os pais não possam controlar (Por ex: tirar a TV sendo que os pais ficam fora de casa o dia todo, e esperar que a própria criança controle o castigo dado.  É pedir para ser enganado!).

Fácil?  Não, nada fácil!  Mas de extrema importância!  O stress e o trabalho vão recompensar, não desistam!

*Patricia Jacob é psicóloga clínica formada pela USP-SP

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